01/12/2009
Design e Comunicação
O poder de persuasão das mídias sociais
Texto publicado originalmente em coluna do portal Imasters no contexto do surgimento das redes sociais.
Texto publicado originalmente em coluna do portal Imasters[1] no contexto do surgimento das redes sociais, e que apontava insights sobre o modo como esse modelo nascente de plataforma web estava lentamente mudando a forma como nos relacionamos com a internet e conteúdos digitais. Segue abaixo texto na íntegra:
“…É incrível como a internet tem poder sobre as pessoas, conseguindo fazer com que as mesmas mudem de opinião com facilidade e rapidez…”
Eu sei que é uma frase bastante direta e talvez inadequada para iniciar um artigo, mas é o modo como gosto de escrever (quem conhece meus textos mais antigos já está acostumado, e quem não conhece logo vai entender o
motivo) e tenho certeza de que não vai dificultar seu entendimento do tema. Mas chega de enrolação, vamos ao que interessa.
A frase acima é apenas uma das várias que constam no meu bloco de anotação de idéias. Sempre que tenho uma “luz” eu anoto, para mais tarde polir a idéia dentro de um texto como este que você está lendo agora. Esta frase, especialmente, foi uma das primeiras “luzes” que tive, e ela veio durante o 12º Encontro de Web Design em Porto Alegre, no ano de 2007, na palestra do Raphael Vasconcelos (AgênciaClick), onde ele falava sobre comunicação interativa e sem querer abria minha cabeça para o mundo da publicidade digital.
Mas uma coisa que eu não entendia era o porquê de a internet ter todo este poder de persuasão sobre as pessoas. Como pode uma tela convencer alguém a comprar um produto um serviço? Como um layout bonito e funcional pode trazer lucros para uma empresa? Realmente não era simples para eu entender, na época.
Somente depois de muito tempo de reflexões e observações é que cheguei a algumas conclusões, que gostaria de compartilhar com vocês.
Uma das reflexões que cheguei é a de que quanto maior o nível de intimidade que você tiver com o emissor de mídia, maior impacto esta mídia irá causar em você. Se você vir um cartaz de um filme na rua, você não vai sair correndo assistir o mesmo, mas se um grande amigo te falar bem do filme, você vai ter vontade de assisti-lo.
Isso se dá pela relação de confiança que depositamos no nosso amigo. O ser humano é inseguro por natureza, logo o medo de errar sempre é presente, e acaba nos reprimindo de alguma forma, mesmo sem percebermos. Se tivermos muita intimidade com o transmissor(nosso amigo), logo teremos muita confiança no mesmo, desse modo concluímos que nosso medo de errar é inversamente proporcional à confiança que temos no transmissor, pois a confiança diminui nosso medo e insegurança. Se não tivermos medo de errar, não teremos nada nos reprimindo, e logo não teremos receio de provar o que o transmissor está nos passando.
Mas qual a relação disso com as redes sociais citadas no título? Pois bem, o que abstratamente uma rede social representa para a gente? Vários amigos! Mesmo que em alguns casos conheçamos alguns somente de vista, a internet acaba por nos transmitir uma falsa sensação de intimidade com eles. Se levarmos em conta que quanto maior a relação de intimidade que temos com o transmissor (rede social=amigo), maior o impacto da mídia sobre nós, logo chegamos à conclusão que o poder de persuasão de uma rede social é quase igual ao poder de persuasão que um amigo tem sobre a gente. Mesmo sendo uma falsa sensação de intimidade, nosso cérebro não sabe diferenciar, ele se formou sem ter conhecimento dessas tentativas de “enganá-lo”, e ainda não está adaptado a isso.
Desta forma podemos nos aproveitar disso para mostrar nossa mídia de uma forma não agressiva e direcionada, e termos um grande impacto sobre o receptor sem queimar a nossa mídia nem desgastar nosso público-alvo.
Claro que isso pode não significar nada, é apenas minha opinião.
Mas nunca se esqueça, quando investir numa rede social, está quase fazendo um “marketing boca-a-boca”, pois é um amigo falando bem de seu produto ou serviço para outro amigo.
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