Anderson Triacca - Pesquisa em Filosofia - IA - Psicologia Evolutiva - Acessibilidade

Este escrito tem como objetivo apresentar os problemas filosóficos próprios derivados do modelo técnico denominado Inteligência Artificial. Defenderemos que na medida em que se posiciona como tecnologia de uso geral, acaba por inaugurar um novo paradigma científico a partir do qual tais problemas se enquadram. A apresentação se divide num primeiro momento de explanação técnica do estado da arte da tecnologia, e num segundo momento de exercício filosófico de categorização e análise, onde iremos apresentar os problemas derivados dos avanços da tecnologia em questão.

Filosofia Prática, ética, Inteligência Artificial, Problemas Filosóficos, Conexionismo, Simbolismo

1.1 - A posição SimbolistaSimbolismo é o nome dado ao primeiro paradigma científico da história da AI. Seu nome diz respeito a teoria de que inteligência é nada mais que manipulação de símbolos, e que máquinas capazes de manipular símbolos são máquinas inteligentes. O desafio para uma IA semelhante à humana seria de caráter apenas técnicas: construir máquinas capazes de reproduzir os estados mentais humanos no que diz respeito a sua capacidade de manipulação simbólica.Podemos afirmar que quando um algoritmo processa dados a máquina está de fato pensando? Em seu artigo seminal “Computing Machinery and Intelligence”[2], Turing propõe que a pergunta sobre a possibilidade das máquinas pensar seja substituída por um jogo, chamado por ele de jogo da imitação. O objetivo é fazer com que uma máquina engane um ser humano num jogo de perguntas e respostas, tentando se passar por humana ao responder perguntas do interlocutor. Se a máquina se comportar...

A presente dissertação estuda a possibilidade de agentes artificiais ter acesso e fazer uso de algum tipo de moralidade. Apoiando-se na filosofia de Heidegger e Searle, buscamos os caminhos que levaram a ciência até a concepção de agentes artificiais, e veremos como tais desenvolvimentos encontram-se relacionados de maneira muito estreita ao problema do esquecimento do ser. A partir do estudo dos paradigmas hegemônicos da Inteligência Artificial tentaremos trazer ao plano do evidente seus pressupostos filosófico-ontológicos, de modo que se torne possível delimitar, ao menos de forma aproximada, até onde sua inteligência é capaz de chegar. Ao final veremos como as máquinas desenvolvidas até o momento não foram ainda capazes de vencer as críticas impostas por Searle e Heidegger, mas que isso não impediu a concepção, mesmo que teórica, de Agentes Morais Artificiais.

Agentes Morais Artificiais, AMA, Inteligências de Máquina, Heidegger, Searle.

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